Recife - As memórias afetivas normalmente têm espaço nobre guardado nos corações das pessoas. Um filme, uma fotografia, uma música... tudo isso nos faz lembrar de momentos importantes ou traduzem o sentido de uma determinada passagem da vida. O show que os quatro remanescentes da "boyband" Backstreet Boys fizeram na última sexta-feira - única apresentação no Nordeste - foi um passeio de duas horas pelas lembranças mais açucaradas da adolescência das quase oito mil pessoas que foram ao Chevrolet Hall acompanhar a abertura da turnê brasileira This is us.
De Natal, dois ônibus recheados de potiguares ajudaram a agitar o show, considerado sucesso pela jornalista e professora de inglês Sandra Martins. Ela preferiu ir com uma amiga, de carro, e só lamentou mesmo a falta de organização da fila. "Apenas um acesso à área vip foi disponibilizado, um desrespeito aos fãs que vieram até de Aracaju, enfrentando oito horas na estrada", mencionou. "De resto, o espetáculo foi maravilhoso. Eles interagiram bem com o pessoal, elogiaram a plateia, o país e, principalmente, Recife", pontuou.
Com um set list recheado pelos principais sucessos amealhados nos 18 anos de carreira, Howie D, Brian Littrell, Nick Carter e A. J. McLean mostraram que têm a dose exata de auto-ironia necessária para encarar a árdua tarefa de cantar e dançar para um público que já passou do tempo de sonhar com o príncipe encantado da TV. Em duas horas de espetáculo, o grupo reviveu a coreografia dos monstros de Everybody, se emocionou com Quit playing games with my heart e homenageou o público com uma versão rocker de Larger than life. Tudo isso sem sair do script planejado e entrecortado por recriações de cenas de arrasa-quarteirões como Clube da Luta, Matrix, Encantada e Velozes e furiosos, que faziam as vezes de intervalo para as muitas trocas de roupa.
Acompanhados apenas de um DJ - que também atuava como guitarrista e percussionista - os rapazes tentavam preencher o buraco que ficava nas baladas. O final do show com I want it that way e a nova e deliciosa Straight through my heart mostrou que cantar junto, se emocionar e voltar aos 14 anos pode ser uma das melhores pedidas para adocicar a vida de gente grande. (Maria Helena Monteiro e Adriana Amorim)
Créditos: Diário de Natal
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