A matéria é controversa, há quem não concorde com os títulos que estão sendo atribuídos ao Howie D e, muito menos concordam com a afirmação de que ele escolha, sempre, as "fãs menos atraentes" para subir ao palco com ele, mas o fato é que o artigo, originalmente postado pelo The New York Times, ganhou as páginas de web brasileiras nessa quarta feira. Deixamos, abaixo, o artigo na íntegra para que voces leiam e tirem as próprias conclusões.
"Howie Dorough sabe muito bem que não é o mais popular dos Backstreet Boys. Não possui o carisma juvenil de Nick Carter ou a beleza loura do próprio Carter ou de Brian Littrell, muito menos o apelo bad boy de A.J. McLean; apesar disso, ele se considera a "cola", a rocha sólida de constância e estabilidade, o elemento que mantém o grupo unido.
E não é o único a pensar assim. Carter já se referiu a Dorough como "o homem do Backstreet Boys" e várias pessoas já notaram que quando os Boys fazem sua caminhada tradicional em direção à plateia para chamar as fãs ao palco, a escolha de Dorough é sempre a menos atraente fisicamente do grupo.
Com esse tipo de espírito de equipe, não é surpresa que tenha demorado cinco anos para concluir seu primeiro álbum solo, Back to Me, lançado em novembro passado – e não é porque o cantor passou todo esse tempo no estúdio.
"Nunca quis que o grupo parasse por causa do meu projeto individual", disse Dorough, por telefone, de sua casa em Cocoa Beach, na Flórida. "Eu trabalhava um pouco, principalmente entre os períodos entre as turnês e as gravações, e parava. Só quando os fãs começaram a perguntar quando (e se) ia sair é que resolvi arregaçar as mangas e terminar o disco."
Porém, o resultado final ficou bem diferente do álbum que o astro tinha em mente há cinco anos.
Latino
Logo no início, Dorough, filho de mãe porto-riquenha e pai irlandês/americano, falava em explorar suas raízes latinas, trabalhando com nomes como Jon Secada e Wayne Rodriguez e até cantando em espanhol, mas o som de Back to Me acabou não se diferenciando muito de um álbum qualquer do Backstreet Boys, o que, segundo ele, foi uma mudança natural.
"A princípio, optei por um clima mais latino", disse. "Queria fazer uma coisa completamente diferente do Backstreet Boys e, ao mesmo tempo, explorar as minhas raízes latinas, de que tenho muito orgulho; mas, quando finalmente me concentrei em concluir o disco, comecei a me questionar e fiquei em dúvida se aquele era o caminho certo a seguir. O Backstreet Boys tem fãs em todas as partes do mundo e elas adoram o que a gente faz. Não queria ser um desses artistas que fazem algo tão completamente diferente que o público passa a questionar as intenções do trabalho."
"Tenho muito orgulho de fazer parte do Backstreet Boys, por que então me distanciar demais do molde?"
Molde esse que funciona para Dorough e seus colegas de banda desde 1993, quando o Backstreet Boys foi criado em Orlando, na Flórida. Dorough nasceu na cidade e começou a mostrar interesse pela ribalta bem cedo, talvez por causa da proximidade do Walt Disney World e do Universal Orlando Resort. Ele conheceu McLean primeiro, e os dois chamaram a atenção do empresário Lou Pearlman, que organizou testes e reuniu Carter, Littrell e seu primo, Kevin Richardson.
Dorough também tinha recrutado um aspirante a cantor chamado Chris Kirkpatrick, que acabou entrando para o grupo concorrente, o 'N Sync. O quinteto tirou seu nome do mercado de pulgas de Backstreet que acontece em Orlando e começou se apresentando em shopping centers e escolas; porém, depois de assinar com a Jive Records, a banda conquistou seu primeiro sucesso na Europa antes de estourar com o álbum de estreia nos EUA, em 1996.
No total, Backstreet Boys vendeu 24 milhões de cópias e lançou sucessos como Quit Playing Games (with My Heart) e I'll Never Break Your Heart e abriu caminho para Millennium (1999), que, na semana em que foi lançado nos EUA, vendeu mais de um milhão de cópias e acabou vendendo trinta milhões no mundo todo. No total, o Backstreet Boys vendeu mais de 130 milhões de cópias ao redor do planeta e faturou um sem-fim de prêmios.
Manutenção
"É muito mais do que qualquer um de nós sonhou", disse Dorough. "Quando a gente começou, dava até para ser famoso, mas não havia ninguém que fosse mega-astro além do Michael Jackson. Era coisa que ia além da imaginação, sabe?"
As vendas do grupo caíram quando passou a febre das boy bands, mas Dorough e seus amigos mantiveram o Backstreet Boys vivo, fazendo turnês regularmente e lançando álbuns, sendo que o mais recente é This Is Us (2009). Embora todos os integrantes tenham interesses externos – Dorough tem uma empresa de agenciamento e produção, fez participações especiais em programas de TV como Roswell (2000) e Sabrina, the Teenage Witch (2002) e instituiu a Fundação Dorough Contra o Lúpus depois que sua irmã, Caroline, morreu da doença –, o cantor faz questão de enfatizar que o grupo vai bem, obrigado, e continuará existindo por um bom tempo.
"A gente adora", ele afirmou, "porque se dá superbem, adora trabalhar junto, adora as apresentações, as fãs, e sabe que o que aconteceu no início não podia durar. Não se sustenta um nível de sucesso como aquele para sempre... mas temos fãs incríveis, que nos prestigiam em todo lugar. Temos muita sorte".
E não são bobos. No ano passado, o Backstreet Boys se uniu com a banda que a antecedeu, o New Kids on the Block, para a turnê NKOTBSB que lotou estádios, arrecadou mais de US$ 40 milhões e foi vista por mais de 600 mil fãs nos EUA e Canadá. A coletânea com os maiores sucessos das duas bandas e NKOTBSB Mashup estrearam em sétimo lugar na Billboard 200 e, este ano, os dois grupos vão fazer Ásia, Austrália e Europa.
"É um sucesso imenso e estamos curtindo muito", diz Dorough. "Andam pedindo para fazermos os EUA de novo, mas a intenção é primeiro rodar o mundo todo e depois voltar. Tem muita coisa envolvida com a nossa agenda, a agenda deles, as gravações e tudo isso, mas adoramos fazer esses shows e pretendemos continuar."
Enquanto isso, Dorough espera que seu projeto solo, que promoveu abrindo alguns shows de Britney Spears, decole. Depois de descartar a ideia de cantar baladas em espanhol – que, segundo ele mesmo admite, não fala muito bem – Dorough optou por "acelerar o ritmo um pouquinho, incluir a dance music europeia e também os sucessos mais melódicos do próprio Backstreet Boys".
Novidades
De fato, a princípio ele compôs três músicas, Dominoes, Over My Head e Shatterproof para This Is Us, mas elas não se encaixavam no perfil, como Pure também não, composta em parceria com Carter, e quando ficou decidido que ela não entraria, Dorough quis gravá-la em seu disco.
"Eu disse que queria muito gravá-la", ele relembra. "O Carter ficou na maior torcida. Melhor coisa do que ter seus companheiros de banda o apoiando não há."
Os dois primeiros singles, a animadinha 100 e a balada Lie to Me, são de outros compositores, mas Dorough jura que isso não o incomoda.
"Com certeza, tenho a cabeça aberta para esse lance de música composta por outras pessoas", ele afirmou, "seja para o Backstreet Boys ou para mim. Acredito muito nessa coisa de compor para o seu próprio álbum por causa do apego pessoal e tal, mas, ao mesmo tempo, se outra pessoa compõe melhor, não tenho nenhum preconceito".
O Backstreet Boys também voltou ao estúdio para começar a gravar o novo álbum, mas o trabalho está sendo mantido em segredo.
"Começamos discutindo se íamos manter o mesmo esquema do último trabalho", explicou Dorough, "ou se devíamos arriscar um pouco ou, quem sabe, pender mais para o lado pop/rock? No momento, todas as opções estão abertas. Nunca fomos de correr com o trabalho para cumprir prazo; tem que rolar naturalmente. Levamos tempo para fazer a coisa certa e, dessa vez, não vai ser diferente". "
Postado originalmente, em inglês, por The New York Times e pelo Estado de São Paulo
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